terça-feira, 24 de setembro de 2019

Turismo - Alojamento Local



Alojamento Local representa 30% das dormidas


(Publicado no Diário Insular e Diário dos Açores de 24 de Setembro de 2019)


Os estabelecimentos de Alojamento Local registam 494 472 dormidas, o que representa 30 % da atividade turística enquanto a hotelaria tradicional atingiu, neste espaço de tempo, 64% das dormidas.

Em finais de 2018, o Alojamento Local representava 24% das dormidas, o que significa que a atividade neste sector tem vindo a crescer, existindo já 2 281 unidades em atividade e mais de 12 mil camas disponíveis, nas diversas ilhas.

Do quase meio milhão de dormidas, no Alojamento Local, no referido período entre janeiro e Julho deste ano, a maior parte é relativa a turistas estrangeiros, 341 mil dormidas e 152 mil de residentes em Portugal.

Só em S. Miguel existem 1227 unidades com mais de 6 mil camas disponíveis, a Terceira e o Pico tem mais de 300 estabelecimentos em atividade.
A atividade do Alojamento Local é uma fonte de rendimento, permite a reabilitação de alguns imóveis e atrai um determinado setor do turismo. Todavia, os números mostram que tem um menor peso na economia.

A hotelaria tradicional no período entre Janeiro e Julho, com 64 % das dormidas, faturou à volta de 58 milhões de euros, o Alojamento Local ficou-se por 4 milhões de euros. 

Segundo o Serviço Regional de Estatística este valor é apenas referente aos estabelecimentos com 10 e mais camas, que representam cerca de 10% do total de estabelecimentos do AL. Não estão disponíveis dados para os estabelecimentos com menos de 10 camas, porque não é obrigatória essa informação. 

Quanto a postos de trabalho, a hotelaria tradicional empregava em Julho 2 269 funcionários, no que se refere ao Alojamento Local, não existem dados, mas calcula-se que serão muito poucos, de resto, característica do seu próprio formato e conceito, de ser uma unidade com poucos gastos, muitas vezes de carácter familiar.




sábado, 14 de setembro de 2019

Pesca melhora em Agosto

Os resultados das capturas de atum em Agosto -- cerca de 1500 toneladas -- veio melhorar os resultados da pesca no corrente ano.
Até Julho, o sector registava um decréscimo de 50 % relativamente ao ano anterior, com o atum pescado, a quebra em final de Agosto era já de apenas - 44%.
Não é um dado positivo, mas um pouco melhor do que se vinha registando.

Indicador de Actividade Económica (IAE) - Açores

 A evolução do IAE - Açores mostra  que, em Julho de 2019, regista um valor de 2,0%, o que representa um ligeiro decréscimo face ao mês anterior que foi revisto em alta de 1,9% para 2,1%).

O SREA lembra que a análise dos resultados deverá ter-se presente que este indicador não se deve confundir com o PIB e não se pretende com ele medir a variação infra anual do PIB, mas sim retratar o "estado geral da economia". Assim, dever-se-á reter, sobretudo, informação sobre a evolução em termos de acelerações, desacelerações e pontos de viragem e não o seu valor.

As séries utilizadas na construção deste Indicador são: “Leite entregue nas fábricas”, “Gado Abatido”, "Pesca Descarregada”, “Produção de Energia”, “Produção de Produtos Lácteos”, “Consumo de Energia na Indústria”, “Venda de Cimento”, “Empregados na Construção Civil”, “Passageiros Desembarcados Via Aérea”, “Dormidas na HT, TER e AL”, “Empréstimos Bancários”, “Operações TPA” e “Levantamentos Multibanco”.    Os dados apresentados neste Destaque são valores ajustados da sazonalidade, calibrados pela variação do PIB e alisados pelo método de médias móveis de 3 meses.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Exportação de bovinos


Informação da direção regional da Agricultura

Novos mercados justificam crescimento da exportação de bovinos


O aumento da exportação de animais vivos no primeiro semestre deste ano, noticiado pelo DA deve-se à "valorização que se verifica, atualmente, dos bovinos com elevado potencial genético, destinados à recria e à engorda", de acordo com a informação enviada pela direção regional da Agricultura (DRA).

“O número de animais produzidos na Região (abatidos e exportados em vida) tem vindo a aumentar de forma consistente, em resultado da estratégia e do investimento do Governo Regional na modernização das explorações agrícolas e na rede regional de abate, bem como das políticas públicas definidas para o setor, designadamente no âmbito do programa POSEI”, frisa a informação enviada.


Operador espanhol prefere gado vivo


O crescimento da exportação de gado vivo tem maior expressão na ilha do Pico que é responsável por cerca de 25% de todos os animais exportados em vida para fora da região, alguns com destino aos mercados emergentes de países do Oriente.

De acordo com a informação fornecida pela DRA “o aumento verificado este ano é, também, consequência do aparecimento no mercado de um novo operador espanhol que tem valorizado melhor os animais em vida”.

“A seca verificada o ano passado e a menor disponibilidade de alimentos, no início do corrente ano, terá tido também um contributo decisivo para o aumento do número de animais exportados em vida.”

A DRA frisa que “não há qualquer relação entre o aumento do número de animais abatidos ou exportados em vida com a alegada redução de efetivos, designadamente com vista à diminuição da produção de leite”.  

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Exportação de gado vivo aumenta 34 por cento

Números surpreendentes no primeiro semestre deste ano

Exportação de gado vivo
aumenta 34 por cento

(Publicado no "Diário Insular" de 5 de Setembro)

No primeiro semestre deste ano, os lavradores dos Açores diminuíram os seus efetivos em mais de 3000 cabeças de gado bovino, relativamente ao mesmo período do ano passado, segundo dados trabalhados pelo jornalista Rafael Cota.
O crescimento é visível no número de animais abatidos nos matadores dos Açores (+ 4,6%), mas sobretudo no gado exportado vivo, uma prática que se vinha reduzindo substancialmente desde que foram construídos os novos matadores da Terceira e de S. Miguel, mas que este ano apresenta uma subida acentuada (+34%).
PORQUÊ?Não foi possível confirmar se este crescimento tem a ver com a necessidade de os lavradores se livrarem de algumas cabeças de gado para diminuir a produção de leite ou se é uma forma de compensarem a quebra de rendimentos que têm registado.
De acordo com os dados distribuídos pelo SREA - Serviço Regional de Estatística, o maior crescimento verificou-se nos bovinos entre os oito meses e os dois anos e sobretudo no que respeita aos animais exportados vivos, na maior parte fêmeas.
Aparentemente, trata-se de redução de efetivos para diminuição da produção.
PODE SER POUCOA questão que muitos lavradores colocam é se esta medida vai ser suficiente.
Há quem ache que a questão central está numa mudança de soluções de maneio e numa produção privilegiando a pastagem.
BAIXO RENDIMENTODe acordo com um relatório da Associação dos Produtores de Leite de Portugal, há lavradores nos Açores cujo custo de produção é, em média, de 20 cêntimos por litro de leite e recebem da fábrica 26 cêntimos, o que significa que têm apenas seis cêntimos de rendimento.
De acordo com dados da RITA (Rede de Informação e Contabilidade Agrícolas) divulgados pelo Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, os lavradores adquirem, em média, por exploração de gado produtor de leite, cerca de 16 547 euros de concentrados por ano, o que tem um peso muito elevado nos custos de produção.
Ao que foi possível perceber, não está a ser fácil convencer os lavradores a optarem por um maior utilização da erva, que é a vocação natural da agropecuária dos Açores e o que mais valoriza os produtos com origem na Região.
As vantagens da opção por erva em alternativa aos concentrados tem vindo a ser explicada, desde há mais de duas décadas, por especialistas em leite e laticínios, mas com pouco sucesso.
A necessidade de encontrar uma vaca alternativa à "preta e banca" também tem sido explicada aos lavradores, mas com idêntico baixo sucesso.

domingo, 1 de setembro de 2019

Inflação

Dados europeus corrigem a inflação para níveis críticos (deflação) em Portugal

Inflação muito baixa nos Açores
pode ser um sinal de alarme


(Publicado no Diário Insular de 31 de Agosto)

A inflação nos Açores, se for medida de acordo com indicadores europeus que não existem na Região, pode ser preocupante, indiciando um cenário de recessão.
Não existem nos Açores dados sobre o Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor, mas tendo em conta que o valor da inflação distribuído pelo SREA (0,18% em julho) é muito inferior ao valor nacional (0,72%), pode deduzir-se que há razões para preocupação, uma vez que pelo índice harmonizado a inflação em Portugal caiu para -0,7%.
A análise feita aos números agora revelados na Europa e os comentários sobre as suas consequências podem extrapolar-se para a situação dos Açores -- apesar da reduzida dimensão e de fatores porventura diferentes --, mas que não é certamente positiva, refere o jornalista Rafael Cota numa análise aos dados europeus que faz para o nosso jornal.
QUEDA LIVREA inflação anual na zona euro diminuiu, em julho de 2019, para 1%, quando um ano antes era de 2,2% e na União Europeia caiu para 1,4%, quando no mesmo mês do ano anterior era de 2,2%, de acordo com dados distribuídos pelo Eurostat e relativos ao Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC - sigla em Inglês).
A média anual mais baixa regista-se em Portugal (-0,7%), o que significa que o país entrou em deflação, fenómeno que já não acontecia há quatro anos.
O valor referente a Portugal difere do apresentado pelo INE (0,72%), porque o dado distribuído pelo Eurostat é um valor harmonizado, isto é, tem em conta a paridade de poder de compra, permitindo assim a comparação dos diferentes países na zona euro.
SINAIS DE RECESSÃOA quebra que se verifica na inflação no conjunto da Europa e da Zona Euro, ao longo dos últimos dozes meses, configura receios, expressos por diversas entidades, de uma recessão económica, porventura mais evidente em Portugal.
Nos últimos dias têm surgido notícias que mostram essa preocupação. Segundo a agência EFE, "esta nova descida da inflação aproxima a possibilidade de o Banco Central Europeu tomar medidas para estimular a economia em setembro, depois de em julho o seu presidente, MarioDraghi, ter advertido que o emissor não iria aceitar níveis de inflação permanentemente baixos" e que estavam preparados para atuar de modo a aumentar a taxa.
O alvo do BCE é manter a inflação a níveis próximos, mas inferiores, a 2%.
A maior contribuição para a desaceleração dos preços na Zona Euro vem do setor serviços (0,53 pontos percentuais), seguido dos preços de alimentos, álcool e tabaco (0,37 pontos), dos bens industriais não energéticos (0,08 pontos) e a energia (0,05 pontos).

Pesca