Peixe e carne com resultados
positivos no 1º semestre
A pesca foi o sector que apresentou maior crescimento no 1º semestre do corrente ano, com um aumento de 96%, em resultado das capturas de atum, perspectivando-se um crescimento que não se regista há vários anos. De Janeiro a Agosto foram descarregados nos portos dos Açores 9,6 mil toneladas de pescado, sendo 6,5 mil toneladas de atum e as restantes 3,1 mil toneladas de outros peixes, moluscos e crustáceos. Nos meses em referência, Janeiro a Agosto, o total de pescado rendeu 28 milhões de euros, na primeira venda. Também com peso significativo na economia surge, de igual modo, com bons resultados o abate de bovinos, com um aumento de 10%, relativamente a 2017. De acordo com os dados distribuídos pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores, apresentam também indicadores positivos, relativamente a igual período do ano passado, o número de licenças de construção e a venda de viaturas. Estão também no lado positivo os indicadores referentes à produção de queijo, consumo de leite, leite entregue nas fábricas, número de passageiros desembarcados e consumo de energia. Os indicadores conhecidos, até agora, mostram que o turismo, que durante os últimos três anos apresentou crescimentos significativos, agora regista uma variação negativa, de -0,4%, um decréscimo pouco significativo, mas que pode indiciar que os crescimentos que se registaram nos últimos 3 anos foram conjunturais e, provavelmente, não vão continuar nos mesmos valores, como já se esperava. No entanto, mantém-se sensivelmente o mesmo número de visitantes e de dormidas o que significa que se mantém a dinâmica nas actividades relacionadas e o peso na economia da Região. Fica por saber é se este volume de turistas se manterá, ou se tenderá a descer, uma resposta que dependerá dos mercados concorrentes e de eventuais medidas que possam vir a ser tomadas na Região, pelas empresas de
transporte aéreo e agências de viagem, no sentido de concertar os custos e os circuitos para que o destino Açores continue atractivo. A boa notícia é que, a conta satélite do Turismo relativa a 2015 mostra que o valor acrescentado do sector representou 6,7% do VAB regional (Valor Acrescentado Bruto), superior ao que se registava antes, que era de apenas 5,2%. Verifica-se também que o Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE) representou 14,1% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região. A conta satélite do turismo mostra ainda que o emprego nas actividades características do turismo, avaliado em número de postos de trabalho, atingiu 10,0% do emprego total regional, superior ao que indicavam os dados do inquérito ao emprego que apontavam um valor, bem mais baixo, da ordem dos 5%. Estes dados revelam que o turismo desenvolveu várias actividades e teve já em 2015 um importante peso na economia regional. Resta saber se esses valores vão crescer ou vão manter-se, uma vez que, entre os factores que fazem crescer o PIB, estão os vencimentos dos funcionários, o que parece não ser o caso do turismo. Apesar da quebra no turismo e na venda do cimento,
os indicadores neste primeiro semestre são favoráveis e perspectivam um crescimento da atividade económica, de resto também visível no valor calculado pelo Serviço Regional de Estatística, que no mês de Julho, apresentava um crescimento de 2,1%, No mesmo sentido aponta a taxa de desemprego, que no 2º Trimestre desceu para 8,2%. A Região deparou-se com uma ligeira curva descendente, em 2016, que se prolongou até aos primeiros meses de 2018, mas essa situação alterou-se no 2º trimestre de 2018. É previsível que alguns indicadores venham, ainda, a melhorar, como é o caso das exportações, que deverão aumentar com a venda de conservas, face à excelente safra de atum.
Publicado no "Diário dos Açores" de 19 de Outubro de 2018
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