Rafael Cota
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O turismo que, durante os últimos três anos, apresentou crescimentos significativos, regista este ano, segundo os dados de Janeiro a Setembro, uma variação negativa (-0,2%), um decréscimo pouco significativo, mas que pode indiciar que os crescimentos que se registaram nos últimos 3 anos podem não continuar nos mesmos valores. Por enquanto, mantém-se sensivelmente o mesmo número de visitantes e de dormidas o que significa que, para já, se mantém a dinâmica das atividades relacionadas e o seu peso na economia da Região. O boom destes três anos fez com que a pressão de turistas por 100 habitantes já seja maior que a média nacional, em várias ilhas, sobretudo em S. Miguel, sem contar com os cruzeiros que têm uma permanência menor. O desafio agora é saber se este volume de visitantes se manterá, ou se tenderá a descer, uma resposta que dependerá dos mercados concorrentes que voltam a surgir e de eventuais medidas que possam vir a ser tomadas na Região, pelas empresas de transporte aéreo e pelas agências de viagem. Os números já refletem a dinâmica registada na economia. Segundo a conta satélite do turismo, relativa a 2015, o valor acrescentado do sector representou 6,7% do VAB regional, superior ao que se registava antes, que era de apenas 5,2%. Verifica-se também que o Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE) representou 14,1% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região.
A conta satélite do turismo mostra ainda que o emprego nas atividades características do turismo, avaliado em número de postos de trabalho, atingiu 10,0% do emprego total regional, superior ao que indicavam os dados do inquérito ao emprego que apontavam um valor, bem mais baixo, da ordem dos 5%. Estes dados revelam que o turismo desenvolveu várias atividades e teve um importante peso na economia regional.
Outros indicadores
Apesar da ligeira descida no número de dormidas, as receitas diretas do turismo continuam a aumentar, registando-se um crescimento de 8,7%. O leite, também cresceu, mas os rendimentos têm sido limitados, devido à concorrência e ao aumento dos custos de produção. O pior indicador nos Açores é o relativo à construção civil que fez cair o Valor Acrescentado Bruto e o número de ativos do sector, para mínimos nunca registados.