quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Turismo - Especial Congresso da APAVT





Rafael Cota

http://numerosenumeros.blogspot.com/

O turismo que, durante os últimos três anos, apresentou crescimentos significativos, regista este ano, segundo os dados de Janeiro a Setembro, uma variação negativa (-0,2%), um decréscimo pouco significativo, mas que pode indiciar que os crescimentos que se registaram nos últimos 3 anos podem não continuar nos mesmos valores. Por enquanto, mantém-se sensivelmente o mesmo número de visitantes e de dormidas o que significa que, para já, se mantém a dinâmica das atividades relacionadas e o seu peso na economia da Região. O boom destes três anos fez com que a pressão de turistas por 100 habitantes já seja maior que a média nacional, em várias ilhas, sobretudo em S. Miguel, sem contar com os cruzeiros que têm uma permanência menor. O desafio agora é saber se este volume de visitantes se manterá, ou se tenderá a descer, uma resposta que dependerá dos mercados concorrentes que voltam a surgir e de eventuais medidas que possam vir a ser tomadas na Região, pelas empresas de transporte aéreo e pelas agências de viagem. Os números já refletem a dinâmica registada na economia. Segundo a conta satélite do turismo, relativa a 2015, o valor acrescentado do sector representou 6,7% do VAB regional, superior ao que se registava antes, que era de apenas 5,2%. Verifica-se também que o Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE) representou 14,1% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região.
A conta satélite do turismo mostra ainda que o emprego nas atividades características do turismo, avaliado em número de postos de trabalho, atingiu 10,0% do emprego total regional, superior ao que indicavam os dados do inquérito ao emprego que apontavam um valor, bem mais baixo, da ordem dos 5%. Estes dados revelam que o turismo desenvolveu várias atividades e teve um importante peso na economia regional.

Papel das agências de viagem

Naturalmente que esta matéria, não deixará de estar em cima da mesa nos trabalhos do Congresso da APAVT, que decorre em Ponta Delgada, entre muitos outros temas, de âmbito nacional. No discurso interno enquanto uns relevam a importância dos aeroportos de entrada e de saída, outros acham que outros acham que a organização dos horários internos de transportes e dos programas disponíveis podem vir a ser determinantes no sector, no sentido de concertar os custos e os circuitos para que o destino Açores continue atrativo. Para já os números mostram que o número de turistas por 100 habitantes já é superior ao registado no conjunto do país, mas é de todo o interesse que se mantenha esta dinâmica para colmatar outras fragilidades da economia. Durante estes anos, o turismo foi praticamente a única atividade criadora de emprego. É possível que outras ilhas possam atrair outros perfis de turistas.

Outros indicadores

No tocante aos restantes indicadores, regista-se um ligeiro crescimento da economia, em particular, no corrente ano, derivado às capturas de atum, fazendo com que o conjunto das pescas crescesse cerca de 80 %, atingindo valores que não se verificava desde 2013 e do abate de bovinos que está a crescer cerca de 10%. Uma parte desse peixe e dessa carne, é naturalmente consumida pelos visitantes, em muitos casos atraídos pela gastronomia das ilhas.
Apesar da ligeira descida no número de dormidas, as receitas diretas do turismo continuam a aumentar, registando-se um crescimento de 8,7%. O leite, também cresceu, mas os rendimentos têm sido limitados, devido à concorrência e ao aumento dos custos de produção. O pior indicador nos Açores é o relativo à construção civil que fez cair o Valor Acrescentado Bruto e o número de ativos do sector, para mínimos nunca registados.




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