sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Pesca afunda-se nos Açores com o atum a desaparecer

(Publicado no "Diário Insular" de 23 de Agosto)


A pesca regista este ano nos Açores uma acentuada quebra, em consequência das baixas capturas de atum, registando valores dos mais baixos dos últimos anos.
No total, o pescado descarregado nos portos dos Açores caiu para cerca de metade, relativamente a igual período do ano anterior, de acordo com dados oficiais trabalhados para o DI pelo jornalista Rafael Cota.
No ano passado, por esta altura, os atuneiros já tinham capturado 4500 toneladas de atum. Este ano e até ao fim de julho conseguiram apenas cerca de 500 toneladas.

VALOR CAI MENOSO valor do pescado não caiu tanto. Nos primeiros sete meses, registou-se um valor de quase 20 milhões de euros, o que corresponde a menos 14 por cento que em igual período do ano passado.
Para esse rendimento contribuem de forma mais expressiva a lula, o goraz, o peixão, o cherne, a boca-negra e a lapa.
As quebras mais acentuadas registaram-se em S. Miguel, Pico e Faial, que dependem mais da pesca do atum. A Terceira registou um acréscimo, nestes sete meses, de 26%.

VARIAÇÕESAs capturas de atum nos Açores têm registado variações muito significativas ao longo dos anos.
Não têm sido dados explicações conclusivas para este fenómeno.
Uma das explicações aponta para variações na temperatura da água do mar, que terão influência nas rotas do peixe.
Segundo esta explicação, em alguns anos o atum afasta-se das ilhas e fica fora do alcance dos atuneiros açorianos.
Quer isto dizer que não haverá menos atum. O problema estará na capacidade de deteção de cardumes e no alcance dos navios.
Outra explicação aponta para capturas excessivas a sul, que acabam por ser predadoras e que se dirigem mesmo aos juvenis.
Essas capturas estarão associadas a boias agregadoras, que são capazes de reunir os cardumes, que depois serão capturas sem distinção entre adultos e juvenis.
Segundo essa hipótese, nos anos de maior sucesso nessas alegadas capturas excessivas chegarão menos peixes aos Açores.
Os atuneiros açorianos não se envolvem nessas técnicas predadoras.
O atum é capturado pelos nossos barcos através de uma técnica conhecida por salto e vara, que é considerada amiga do ambiente.
Esta técnica é também tida como boa para a preservação da qualidade do produto, que geralmente é trabalhado em fresco.
A falta de atum capturado pela frota açoriana é colmatada com o recurso à importação, mas neste caso o peixe é trabalhado após congelação.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Turismo - Janeiro a Junho




Turismo - Janeiro a Junho 2019

Subida verificada em junho não compensa quebra desde janeiro

Dormidas na Terceira continuam
com tendência global negativa




(Publicado no Diário Insular de 15 de Agosto de 2019)
Os últimos dados ainda não indicam uma subida global nas dormidas na hotelaria tradicional, turismo em espaço rural e alojamento local na ilha Terceira. Houve uma quebra de 2,7%, de janeiro a junho deste ano, face ao mesmo período do ano anterior (período homólogo).
A tendência é ilustrada no gráfico que acompanha esta peça, construído pelo jornalista Rafael Cota, autor do blogue "Números e Números".
Apenas em junho, a Terceira apresentou mais 9,2% de dormidas em relação ao mesmo mês de 2018 (40 850 dormidas).
Segundo os números do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), a Terceira é a única ilha que regista uma queda das dormidas de janeiro a junho. "As ilhas da Graciosa, de São Miguel, de São Jorge, do Faial, das Flores, do Pico e de Santa Maria, apresentaram variações homólogas positivas, respetivamente, de 23,9%, 23,7%, 14,9%, 11,5%, 9%, 8,5% e 0,7%. A ilha Terceira apresentou uma variação homóloga negativa de 2,7%", indica o SREA.
O Corvo não conta com dados sobre esse período, mas, quando se compara junho com o mês homólogo, há uma descida de 9,8%.
Segundo o SREA, a ilha de S. Miguel, com 866 mil dormidas, concentrou 72% do total, seguindo-se a Terceira com 161,2 mil dormidas (13,4%), o Faial com 70,6 mil dormidas (5,9%) e o Pico com 49,5 mil dormidas (4,1%).
Em termos regionais, de janeiro a junho, em todos os tipos de alojamento, registaram-se 1.203,5 mil dormidas, valor superior em 17,4% ao registado em igual período de 2018.

Hotéis"De janeiro a junho de 2019, nos estabelecimentos hoteleiros da Região Autónoma dos Açores (hotéis, hotéis-apartamentos, apartamentos turísticos e pousadas) registaram-se 833,7 mil dormidas, valor superior em 6,4% ao registado em igual período de 2018", precisa o SREA.
No que diz respeito aos estabelecimentos hoteleiros, de janeiro a junho a Terceira apresentou uma descida de dormidas de 6% e uma subida de 8,4 % quando apenas é tido em conta o mês de junho.
"De janeiro a junho, os residentes em Portugal atingiram cerca de 429,2 mil dormidas (51,5% do total) e os residentes no estrangeiro 404,5 mil (48,5%). O mercado norte-americano (EUA e Canadá) com cerca de 107,5 milhares de dormidas representou 12,9% das dormidas totais e 26,6% das dormidas dos não residentes, apresentando uma variação homóloga acumulada de 22,9%", analisa o serviço regional de estatística.
O segundo maior mercado turístico estrangeiro esteve na Alemanha. De janeiro a junho, foram 91,5 mil dormidas (11%). A variação homóloga acumulada foi negativa (7,5%).
No alojamento local, as dormidas na Terceira cresceram de janeiro a junho e também apenas em junho, com mais perto de 12% em ambos os períodos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

População Empregada por sectores




Desemprego


A taxa de desemprego no 2º trimestre de 2019 foi de 8,2%, inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) relativamente ao do trimestre anterior.
É presentemente a mais elevada de todas as regiões do país.

A nível nacional, a taxa de desemprego no 2º trimestre de 2019 é de 6,3%, uma diminuição de 0,5 p.p.


Pesca