Só o turismo
continua a criar empregos
Os dados da população empregada distribuídos pelo Serviço
Regional de Estatística, mostram que, praticamente, só o sector do turismo está
a criar empregos e consequentemente a contribuir de forma mais evidente para o
aumento da população empregada.
Conforme se pode verificar no gráfico, o conjunto da
administração pública que inclui a saúde e a educação tem vindo perder lugares,
nos últimos trimestres, e a indústria e a construção mantêm, de um modo geral,
a tendência decrescente, embora com ligeiras recuperações em alguns trimestres.
A construção é o sector onde mais se tem notado esta curva
descendente e o sector que mais se ressentiu com a crise.
Até agora os valores da população empregada estiveram sempre
cobertos pela administração pública que se tornou um suporte nos momentos de
crise, assim como a agricultura que era o tampão em determinados sectores da
população.
Mas a Administração Pública, desde o início de 2017, tem
vindo a diminuir o número de postos de trabalho e a agricultura já não tem a
margem de manobra que tinha.
Nos dados agora divulgados, verifica-se que, no 4º Trimestre
de 2017, se registou uma descida do total da população empregada -- que apresentava
um crescimento desde 2013 – uma diminuição que veio a refletir-se na subida da
taxa de desemprego que neste último trimestre apresentou uma ligeira subida de
8,2% para 8,3%.
Se nuns casos a quebra da população empregada ou a
dificuldade de criação de empregos, em alguns sectores tem origem em causas
externas, como foi a crise financeira ou os preços de matérias-primas, que
estrangularam as margens de lucro, como aconteceu com a agricultura, ou em
consequências de causas naturais como é o caso das pescas, noutros, dizem os
especialistas, poderia ter havido alguma intervenção política.
É o caso da indústria que poderia ter beneficiado de
incentivos bem mais sólidos para se fixarem e poderem promover os seus produtos
noutros mercados.
Outro sector que poderia ter sido acalentado é o da
construção. Dizem os empresários que nunca foram seguidas as orientações no
sentido de dar maior atenção às empresas regionais e noutros casos os cadernos
de encargos apresentavam valores demasiado baixos que se refletiam de forma
mais dura nas pequenas empresas que faziam subempreitadas. Muitas acabaram por
fechar portas.
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