terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PIB Açores


 
Publicado no "Diário dos Açores" de 7 de Janeiro de 2017
 
 Valor do VAB no turismo cresce pouco

PIB dos Açores aumenta mas afasta-se das médias nacional e europeia
 
O PIB nos Açores apresenta um crescimento de 1,7%, em 2015, valor acima da média do país e são também favoráveis os dados relativos
ao rendimento das famílias, mas, percentualmente, o Produto Interno Bruto na Região está a afastar-se tanto da média nacional como da média europeia (EU28).
 
 
 
O crescimento do PIB nos Açores foi de 1,7%, valor acima da média do país, superior em 0,1 pontos percentuais e apresenta também resultados favoráveis em termos do rendimento das famílias, mas, percentualmente está a afastar-se tanto da média nacional como da média europeia (EU28).

 
Os resultados preliminares das Contas Regionais de 2015, agora divulgados pelo INE, mostram que os Açores registaram um acréscimo real do PIB de 1,7%, enquanto o país teve um crescimento de apenas 1,6%.

De acordo com os mesmos resultados, no Algarve (2,7%), no Norte (1,9%), no Centro (1,9%) e na Região Autónoma dos Açores (1,7%) registaram-se acréscimos reais do PIB superiores à média nacional (1,6%). No Alentejo (1,4%) e na Área Metropolitana de Lisboa (1,2%) os acréscimos foram inferiores à média do País e na Região Autónoma da Madeira registou-se um ligeiro decréscimo (-0,1%). 

Supõe-se que a evolução negativa da Região Autónoma da Madeira terá resultado da diminuição do VAB das empresas que operam a partir do Centro Internacional de Negócios da Madeira.

A região do Algarve apresentou o maior crescimento real do PIB (2,7%), seguida das regiões Norte e Centro (ambas com 1,9%), para o que contribuiu decisivamente o aumento do VAB dos ramos do comércio, transportes, alojamento e restauração. O crescimento nas regiões Norte e Centro foi igualmente influenciado pelo crescimento do VAB da indústria e energia, ramo com especial relevância nestas regiões.

Se o INE é claro a indicar que as causas do crescimento do PIB em várias regiões, a raiz da subida nos Açores não estão por agora discriminadas.

Nos Açores esperava-se que a dinâmica do turismo tivesse um maior peso no Valor Acrescentado Bruto mas, o turismo e todo o conjunto de serviços, apresentam uma ligeira subida, mas não é ainda o esperado. Presentemente, os serviços, que incluem, “Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; actividades de alojamento e restauração”, representa, em 2015, 24% do total do Valor Acrescentado Bruto, sensivelmente o mesmo que em 2014.

É possível que os dados definitivos, relativos a 2015 --por enquanto são dados preliminares --, possam apresentar valores diferentes para este sector, tendo em conta a dinâmica que se assistiu em várias actividades relacionadas com o sector.

Todavia, embora isso não seja referido nos documentos oficiais, o facto é que uma boa parte dos serviços como as passagens, o alojamento e até comida e diversas actividades recreativas e de lazer são pagas nas agências do continente ou pela interne, pelo que fica na Região uma parte não muito significativa.

Segundo os dados agora divulgados, o PIB nos Açores cresceu mais do que o conjunto do país, mas trata-se apenas de 0,1 pontos percentuais e se virmos a evolução dos últimos anos, o crescimento real do PIB tem andado muito próximo da média do país, o que não acontecia antes de 2003.

A conjugação destes factores tem feito com que o valor do PIB da Região se tenha afastado nos últimos anos relativamente à média nacional e à média europeia, como se pode ver nos gráficos.

Esta situação é também visível no PIB per capita, verificando-se que neste momento os Açores apresentam um valor de 15,4 milhares euros por habitante, uma posição inferior à Madeira que detém neste momento um PIB per capite de 16,1 milhares de euros e, naturalmente, inferior à Região de Lisboa, que está muito acima com 23,2 milhares de euros por habitante.

Resta saber como evoluirão os diferentes indicadores nos próximos anos nos Açores. Há boas perspectivas no turismo e serviços que se poderão revelar já em 2016, mas existem áreas que se estimam desfavoráveis, designadamente no sector primário, como a diminuição da produção de leite e a sua desvalorização no mercado e a pesca que tem vindo a apresentar uma enorme quebra.

A Região enfrenta ainda limitações no sector da indústria, com valores muito pouco sólidos, e a queda da construção. Os Açores poderão também ver diminuído do sector da Administração Pública que sempre teve o maior peso na construção do VAB, mas que nos últimos tempos tem vindo a perder peso.




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