Os dados disponíveis mostram há uma dinâmica positiva na
economia dos Açores, em grande parte em consequência do crescimento do
turismo. Tanto o indicador do SREA, como o que tenho vindo a elaborar, mostram
uma subida significativa no primeiro trimestre de 2016.
O turismo trouxe, sem dúvida, um novo fôlego a muitos serviços,
como a restauração, o pequeno comércio, as agências de viagem e de rent a car.
Basta ver que o número de automóveis novos vendidos no 1º trimestre quase 60 %
no primeiro trimestre, sendo de supor que uma boa parte sejam viaturas para
renovar as frotas dos rent a car e das resposta aos pedidos que se esperam no
corrente ano.
Todavia, é preciso ter em atenção que, alguns destes valores
foram comparados com dados relativos a uma altura em que ainda não se tinha
iniciado a operação low cost, pelo que é de esperar que nos próximos
trimestres algumas destas variações sejam menores.
O mesmo acontece com a produção de leite, que devido às
limitações impostas pela indústria deverá diminuir, como também o seu peso na
economia estará a pesar menos, face à diminuição do preço pago à produção nos últimos
tempos.
Em grande parte esta descolagem da economia ainda não se sente no dia-a-dia
muito por culpa das insolvências pessoais, como disse Ana Paula Santos, no seu
comentário no Açores Global. Nem sempre o clima econó
Mas, se vários indicadores mostram uma evolução positiva, outros,
como a construção as coisas não correm bem e isso está a influenciar a
economia e em particular a situação social de muitas famílias.
Na verdade, sendo uma actividade com um peso reduzido no
Valor Acrescentado Bruto V(AB), não tem uma grande repercussão em termos da
animação económica, mas tem, todavia, um significativo peso social.
Na verdade, a construção civil emprega uma quantidade
apreciável de mão-de-obra não qualificada que não consegue facilmente emprego
noutros sectores e sem trabalho, tem consequências, para muitas famílias de
baixos recursos mesmo que tenha apoios sociais.
Segundo dados de 2013 (últimos disponíveis) a construção
civil representava apenas 4,1% do Valor Acrescentado Bruto da Região, quando há
20 anos valia mais do dobro.
Nesse momento emprega apenas 6 mil pessoas, quando já
empregou 13 mil, há duas décadas.
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